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O Encontro entre Gilson Daniel e Erick Musso

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Gilson Daniel

Palavras surtem efeitos diretos, mas posturas podem ter significados ainda maiores. Em um momento no qual o governo do Estado passa por mudanças no primeiro escalão, para abrigar mais aliados do governador Renato Casagrande (PSB), o deputado federal Gilson Daniel (Podemos), nessa última segunda-feira (13), se encontrou com o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso.

A publicação do parlamentar, com a foto, é sucinta. “Recebendo a visita do amigo Erick Musso”. O colega retribuiu a gentileza. Nessa linha monossilábica, há possíveis significados indiretos. Em primeiro lugar, é necessário lembrar que o Podemos integra a base do Palácio Anchieta e que deseja ter mais espaço na gestão. Na última sexta-feira (10), Gilson acompanhou Casagrande em agendas por Irupi e, naturalmente, entre um papo de chuva aqui e acolá, a questão do secretariado apareceu. Contudo o Podemos é um “partido dividido”, visto que o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), não morre de amores pelo deputado federal, presidente da legenda.

Assim sendo, o encontro do parlamentar com Erick vem a reboque de pano de fundo no qual Arnaldinho teria jogado banho de água fria nas intenções do presidente do Podemos de ter alguém no governo. Motivo? Não deixar o deputado federal crescer.

Após expressiva votação, com acachapante triunfo, o prefeito canela-verde segue numa expoente e tem vontades mais ousadas em cargos eletivos, e até, quem sabe, comandar um partido – e o Podemos não pode ser descartado. Numa “Escolha de Sofia”, Casagrande, por ora, teve de optar por ficar com Arnaldinho, que ainda é cotado – assim como Gilson – para a disputa do Palácio Anchieta, no ano que vem.

Ocorre que, assim como no futebol, a política tem dessas de aproveitar as chances de mercado. Se Gilson se sente preterido, há quem o queira, como o grupo do Republicanos, que deseja compor uma frente de centro-direita conservadora para 2026, tendo ainda o Progressistas. Este último, por sinal, tem pés fincados nas gestões de Lorenzo Pazolini (Republicanos), em Vitória, e de Casagrande.

Em encontrou anterior entre Podemos e Republicanos, como esta coluna registrou em 4 de junho de 2024, Erick comentou que a reunião havia sido um bate-papo cordial, que Gilson era amigo querido e que ele estava “à disposição para dialogar sobre qualquer que fosse o tema com o Podemos”. Logo, há interesses.

Seis meses se passaram daquele fato. Muita coisa mudou. O deputado federal não disse adeus a Casagrande e muito menos anunciou guerra. Longe disso.

Só que estar ao lado de um líder partidário, que antagoniza no cenário político atual com o socialista, é indicativo de que possibilidades estão em aberto para Gilson e que “tudo pode acontecer, inclusive nada”.

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