Em um mundo em constante evolução, inovar é uma necessidade básica para as indústrias sobreviverem. Empresas que não se atualizam perdem produtividade, competitividade e, por consequência, oportunidades e mercado. Mas inovação não se resume à tecnologia de ponta. É sobre encontrar novas maneiras de resolver problemas, otimizar processos e gerar valor. Ou seja, transformar o que já existe em algo melhor.
O setor industrial capixaba tem muito a crescer se potencializarmos a produtividade por meio da inovação, especialmente com foco nas micro, pequenas e médias indústrias.
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Das 19,2 mil empresas representadas pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), 99% pertencem a esse grupo. Embora o caminho seja longo, já vemos a transformação das empresas capixabas pelo programa Brasil Mais Produtivo (B+P), que promove a digitalização e aumento da produtividade dessas indústrias, por meio de consultoria gratuita.
O programa é realizado pelo Instituto Senai de Tecnologia e Eficiência Operacional, com o apoio do Sebrae. Em 2024, mais de 200 empresas do Estado foram atendidas. Embora esse número seja pequeno em relação ao total de indústrias, é possível expandir significativamente. E, nesse contexto, é crucial que empresários se unam aos sindicatos e à Federação para buscar soluções inovadoras. Por meio do associativismo, temos a capacidade de dar amplitude a ações e resultados.
Como o Associativismo Pode Impulsionar a Inovação no Espírito Santo
Para se ter uma ideia, após o diagnóstico e a implementação das melhorias recomendadas pela consultoria do B+P, as empresas participantes tiveram um aumento médio de produtividade da ordem de 40%. Em um dos casos, a produtividade quase dobrou.
Sempre digo que a inovação só faz sentido quando de fato é aplicada no dia a dia dos negócios. Isso porque ela deixou há muito tempo de ser algo complicado de se fazer e passou a ser de fácil implementação.
Não tenho dúvidas de que a inovação será o motor da transformação do Espírito Santo e nos tornaremos referência em Indústria 4.0
Exemplos práticos são os resultados alcançados nas empresas atendidas pelo Instituto Senai: otimização de processos, modernização e melhor aproveitamento dos espaços, redução de tempo para a realização de uma metodologia, modernização do espaço, padronização de produção, melhoria do ambiente de trabalho e redução de movimentação excessiva.
Toda essa transformação se conecta, inclusive, com a Nova Política Industrial nacional, a NIB. Passamos a ter um caminho estruturado para resgatarmos o protagonismo da indústria e revertermos o processo de desindustrialização precoce vivido pelo Brasil a partir dos anos 1980. Estamos falando de uma indústria que busca ser autossuficiente dentro do seu próprio país com cadeias produtivas cada vez mais densas, integradas e pautadas na Agenda ESG.
Não tenho dúvidas de que a inovação será o motor da transformação do Espírito Santo e nos tornaremos referência em Indústria 4.0, na capacitação de capital humano, na aplicação de novas tecnologias e no estímulo das cidades inteligentes. Ao abraçarmos essa mudança, atrairemos mais projetos e investimentos, consolidando nosso Estado como um polo de desenvolvimento e uma vitrine para o Brasil e o mundo.
Paulo Baraona
presidente da Findes
Artigo publicado originalmente na revista ES Brasil 225, de dezembro de 2024.